Carlos Viana (PSD-MG) precisa colher 27 assinaturas no Senado para abrir CPI contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
Por Natasha Werneck
O senador Carlos Viana (PSD-MG) vai colher assinaturas no Senado para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Mas, não é para investigar as ações do governo federal durante a pandemia de COVID-19, como quer o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. O parlamentar quer apurar o próprio juiz por ter determinado a abertura do processo e alegou ”um completo desrespeito entre os poderes da República”.
Em uma postagem no Twitter, na noite desta quinta-feira (8/4), o senador, vice-líder de governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Senado, disse que o ativismo judicial chegou a um limite perigoso e inconstitucional. Além disso, acrescentou que era hora de o Senado dar uma resposta corajosa ao STF.
A decisão monocrática do ministro Barroso que determina em liminar a instalação de CPI é um completo desrespeito entre os Poderes da República. O ativismo judicial chegou a um limite perigoso e inconstitucional. É hora do @SenadoFederal dar uma resposta corajosa ao @STF_oficial
— Carlos Viana (@carlosaviana) April 9, 2021
Viana informou que, por este motivo, vai dar início a uma coleta de assinaturas para investigação sobre a decisão do ministro Barroso. “O Senado tem o dever de dar resposta firme e constitucional para o reequilíbrio entre os Poderes da República”, escreveu em seu Twitter.
Comuniquei ao presidente @rpsenador que vou iniciar coleta de assinaturas para uma investigação constitucional sobre a decisão monocrática do ministro Barroso. O Senado tem o dever de dar resposta firme e constitucional para o reequilíbrio entre os Poderes da República.
— Carlos Viana (@carlosaviana) April 9, 2021
Para abrir a CPI, ele precisa da aprovação de um terço do Senado, ou seja, pelo menos 27 senadores precisam estar de acordo com a abertura da investigação.
Em conversa com o Estado de Minas, Viana esclareceu que se a CPI concluir que na decisão do ministro houve responsabilidade criminal, vai entrar com o pedido de impeachment. “Eu estou pedindo aos meus colegas que assinem o requerimento para instauração da CPI com base na interferência entre poder. Uma decisão monocrática do ministro do STF não pode impor ao presidente do Senado, uma atribuição que é do Congresso”, justificou.