Para ampliar o acesso a meios eficazes de descarte de remédios, a Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Cruzeiro criou um coletor exclusivo. A iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância do tema. Ao eliminar medicamentos de forma correta, os impactos ao meio ambiente podem ser minimizados, evitando a contaminação do solo e da água.
Por lei, o descarte de medicamentos vencidos ou inutilizados deve ser feito de forma correta, em uma farmácia pública ou privada, que possuem a obrigação de receber de volta o medicamento. No Distrito Federal, algumas UBSs contam com farmácias ambulatoriais.
Na UBS 1 do Cruzeiro, a farmacêutica Anna Heliza Giomo conta que, muitas vezes, os medicamentos entregues na unidade chegam de maneira inadequada, com agulhas ou seringas expostas. “Por isso, sempre tivemos o desejo de ter um descarte correto, mais didático, com o qual a população possa ser mais ativa e fazer a separação adequada”, explica Anna Heliza.
Além da instalação do coletor, a equipe da UBS realiza atividades educativas para conscientizar sobre o uso e o descarte de medicamentos. Durante consultas presenciais e domiciliares, os profissionais orientam sobre como recolher, segregar e descartar os remédios prescritos ou já em desuso.
É lei
“O tratamento de esgoto não é capaz de eliminar todos os resíduos dos fármacos. Um antibiótico descartado de maneira errada, por exemplo, pode afetar a qualidade da água que bebemos e a vida aquática”
Anna Heliza Giomo, farmacêutica
Uma portaria federal de 2020 regulamenta o descarte correto de medicamentos. A norma estabelece, entre outros pontos, que farmácias – públicas e privadas – devem disponibilizar e manter pelo menos um ponto fixo de recebimento a cada 10 mil habitantes.
A medida visa controlar o destino de remédios em desuso. Quando descartado no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário, o medicamento pode soltar substâncias químicas nocivas aos solos, lençóis freáticos e mares, afetando a vegetação, os animais e a água consumida pelas pessoas. “O tratamento de esgoto não é capaz de eliminar todos os resíduos dos fármacos. Um antibiótico descartado de maneira errada, por exemplo, pode afetar a qualidade da água que bebemos e a vida aquática”, reforça Giomo.
Para onde vai?
Quando entregues às farmácias da rede pública do Distrito Federal, os remédios são coletados por uma empresa incineradora contratada pela Secretaria de Saúde (SES-DF), devidamente regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O processo de incineração elimina os resíduos sólidos e químicos do medicamento e o pouco que sobra é metabolizado por bactérias, sem contaminar o meio ambiente.
*Com informações da Secretaria de Saúde