Tropas estão concentradas na região de Sumy; Kiev se prepara para conter avanço russo
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (27/5) que a Rússia reuniu cerca de 50 mil soldados na fronteira com a região de Sumy, no norte do país. A movimentação acende o alerta para uma possível nova ofensiva de verão por parte das tropas de Vladimir Putin.
De acordo com Zelensky, as tropas russas estão posicionadas principalmente na região de Kursk, ao norte de Sumy. “Suas maiores e mais fortes forças estão atualmente na frente de Kursk”, disse o presidente. “Para expulsar nossas tropas da região de Kursk e preparar ações ofensivas contra a região de Sumy”, completou.
A Rússia já capturou ao menos quatro vilarejos fronteiriços nessa área e vem ganhando terreno de forma lenta, mas constante, especialmente na linha de frente ao leste, nas proximidades de Kostyantynivka. Ainda assim, Zelensky disse que os russos foram repelidos em dois dias de combate recente nessa localidade.
O Kremlin, segundo o presidente ucraniano, tem como objetivo estratégico criar uma “zona-tampão” de cerca de 10 km ao longo da fronteira com a Ucrânia. Essa manobra teria o intuito de afastar as forças ucranianas das áreas sensíveis do território russo.
Enquanto isso, as negociações de cessar-fogo seguem estagnadas. Um novo memorando russo com propostas para o fim do conflito ainda não foi entregue, e a troca de mil prisioneiros por cada lado, realizada há duas semanas em Istambul, não avançou para um acordo formal.
Zelensky disse considerar Turquia, Vaticano e Suíça como os locais mais viáveis para novos encontros diplomáticos. Malta e países africanos também demonstraram interesse, embora Moscou já tenha declarado que não vê o Vaticano como um mediador confiável.
O presidente ucraniano também anunciou que participará da próxima cúpula do G7, a convite do primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e que deve estar presente no próximo encontro da União Europeia.
Por fim, ao falar sobre a indústria militar da Ucrânia, Zelensky afirmou que o país precisa de US$ 30 bilhões para impulsionar a produção doméstica de armamentos e utilizar plenamente sua capacidade atual.