A desvalorização do real eleva os custos de produtos básicos, combustíveis e dificulta a geração de empregos
A alta do dólar tem impactos diretos e indiretos no cotidiano dos brasileiros, afetando desde produtos básicos, como pães e combustíveis, até a economia como um todo, reduzindo o poder de compra e dificultando a abertura de vagas de emprego.
Produtos básicos mais caros
A alta do dólar encarece produtos importados e aqueles cuja produção depende de insumos do exterior. Um exemplo é o trigo, usado na fabricação de pães e massas. Apesar do Brasil ser produtor, ainda precisa importar grandes volumes. Com o real desvalorizado, o custo do trigo importado aumenta, encarecendo o pão no mercado.
Além disso, produtores nacionais frequentemente optam por exportar seus produtos devido à maior rentabilidade obtida em dólar. Essa prática reduz a oferta interna e pode gerar mais pressão nos preços.
Impacto nos combustíveis e logística
O petróleo é outro exemplo crítico. Apesar de o Brasil ser autossuficiente na extração, a capacidade de refino é limitada, obrigando o país a importar derivados como gasolina e diesel. Como o petróleo é negociado globalmente em dólares, a alta da moeda americana encarece o combustível.
Essa elevação nos preços dos combustíveis afeta a logística nacional. Cerca de 82% das mercadorias no Brasil são transportadas por caminhões movidos a diesel. Com os combustíveis mais caros, o frete sobe, e o aumento é repassado aos consumidores nas prateleiras dos supermercados.
Desemprego e redução de investimentos
Outro reflexo da alta do dólar está nos custos operacionais das empresas, que aumentam com o encarecimento de insumos e combustíveis. Com margens de lucro menores, muitas empresas adiam investimentos e reduzem contratações, afetando negativamente o mercado de trabalho.
Por que a alta do dólar pesa tanto?
A desvalorização do real em relação ao dólar significa que é necessário mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens no exterior. Um produto de US$ 10, que custava R$ 10 com uma paridade de 1 real por dólar, passa a custar R$ 20 se o dólar subir para R$ 2.
Esse aumento no custo de importação reduz o poder de compra internacional dos brasileiros e aumenta a inflação no país, gerando um efeito cascata em diversos setores.
A alta do dólar não apenas encarece produtos e serviços, mas também afeta a economia de forma ampla, desestimulando investimentos e agravando o desemprego. É um desafio que exige atenção tanto do governo quanto da sociedade para mitigar seus impactos.