Ex-presidente e sete acusados do chamado “núcleo 1” começarão a ser ouvidos por Alexandre de Moraes no Supremo nesta segunda (9)
O Supremo Tribunal Federal inicia nesta segunda-feira (9) o interrogatório de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus apontados como integrantes do “núcleo 1” de uma suposta trama golpista, investigada pela Polícia Federal e denunciada pela Procuradoria-Geral da República. A ação penal, um dos processos mais emblemáticos do país, apura plano para instaurar estado de exceção e interferência nas urnas eletrônicas pós-eleições de 2022.
Oitiva policial que Colhimento de provas, nova etapa na instrução penal, ocorrerá presencialmente no plenário da Primeira Turma, a partir das 14h, e seguirá até quinta ou sexta-feira, conforme necessidade. Por ordem legal, o depoimento começa com o delator Mauro Cid, seguido pelo restante dos réus em ordem alfabética
Os réus serão questionados sobre reuniões e minutas que previam um decreto de exceção, como também sobre suposto esforço para minar a credibilidade das eleições eletrônicas. Será garantido a eles o direito ao silêncio e de apresentar provas de defesa.
A fase de testemunhas já foi encerrada com dezenas de depoimentos, alguns afirmando que Bolsonaro planejou medidas como Garantia da Lei e da Ordem ou prisão de Alexandre de Moraes. Entre quem depôs estão os ex-comandantes do Exército e Aeronáutica, que relataram conteúdo das conversas .
O interrogatório ocorre com Bolsonaro posicionado na primeira fila da Primeira Turma, sentado frente a frente com o relator Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele será o sexto réu convocado. Walter Braga Netto, ex-ministro, deporá por videoconferência
Após os depoimentos, há prazo de cinco dias para requerer diligências, seguido por 15 dias para apresentação das alegações finais. Em seguida, Moraes analisará o processo e definirá data para julgamento da acusação de golpe, organização criminosa, dano qualificado e outros cinco crimes .
Quem são os réus do “núcleo 1”:
Mauro Cid (delator)
Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça/DPF-DF)
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
Jair Bolsonaro (ex-presidente)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil – por videoconferência)
A acusação sustenta que esse grupo articulou tentativa de golpe, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022, com discussões envolvendo prisão de ministros do STF, Marcus desconfiança nas urnas e proposição de atos institucionais antidemocráticos
Entretanto, críticos alegam que o processo seria excessivo e motivado por perseguição política. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF, questionou recentemente:
“Para mim, é um descalabro […] não seria competência do STF o lugar para julgar pessoas sem prerrogativa” gazetabrasil.com.br+6otempo.com.br+6cnnbrasil.com.br+6.
Também há críticas de que a atuação de Moraes no caso teria sido abusiva e “extremada” . Em âmbito internacional, alguns atores, como setores conservadores nos EUA e do Reino Unido, passaram a acusar Brasília de retaliação política, alegando risco de sanções via Lei Magnitsky por cerceamento de liberdade de expressão
O desfecho desse julgamento, tanto no mérito quanto no âmbito político, pode projetar profundas repercussões no ambiente eleitoral de 2026 e na estabilidade das instituições brasileiras.