A cinco dias de enfrentar o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar supostas informações falsas sobre as urnas eletrônicas para representantes de embaixadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a tratar do assunto, desta vez relacionada às vacinas contra a covid-19. Durante um evento do PL, Bolsonaro repetiu suas alegações que foram consideradas controversas de que as vacinas contêm grafeno, uma substância que ele afirmou se acumular no saco escrotal e nos ovários.
Ignorando a falta de comprovação científica, Bolsonaro alegou ter lido a bula das vacinas e entendeu que elas contêm grafeno em sua composição. Essa substância, produzida a partir da grafite, é uma camada fina de átomos em forma de hexágonos. No entanto, as bulas das vacinas Pfizer, Coronavac e Jansen não mencionam o grafeno como parte de seus ingredientes.
As declarações foram feitas durante um evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, em São Paulo, com a presença de seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Enquanto Bolsonaro perpetuava informações sobre as vacinas, Pontes discursava sobre o potencial econômico do grafeno.
Vale ressaltar que as alegações de Bolsonaro sobre as vacinas têm sido objeto de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), devido à disseminação de fake news. No passado, durante uma das ondas de contaminação pela doença, o ex-presidente chegou a associar a vacinação ao vírus da aids.
O julgamento no TSE determinará a possível inelegibilidade de Bolsonaro, que enfrenta acusações de abuso de poder político e dos meios de comunicação por disseminar informações apontadas como mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas durante a campanha eleitoral do ano passado. Caso seja considerado inelegível, Bolsonaro se tornará o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral decorrente de crimes cometidos no exercício do mandato.