Bolsonaro reafirma alegações sobre vacinas antes de julgamento por fake news

PA Rio de Janeiro (RJ) 24.07.2022 - Convenção do PL no Maracanãzinho escolhe Jair Bolsonaro para candidato à reeleição. Ele estava acompanhado da primeira dama Michelle. Foto de Gabriel de Paiva| Agên GABRIEL DE PAIVA/Agência O Globo

Ex-presidente repete declarações polêmicas sobre grafeno presente nas vacinas contra a covid-19

A cinco dias de enfrentar o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar supostas informações falsas sobre as urnas eletrônicas para representantes de embaixadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a tratar do assunto, desta vez relacionada às vacinas contra a covid-19. Durante um evento do PL, Bolsonaro repetiu suas alegações que foram consideradas controversas de que as vacinas contêm grafeno, uma substância que ele afirmou se acumular no saco escrotal e nos ovários.
Ignorando a falta de comprovação científica, Bolsonaro alegou ter lido a bula das vacinas e entendeu que elas contêm grafeno em sua composição. Essa substância, produzida a partir da grafite, é uma camada fina de átomos em forma de hexágonos. No entanto, as bulas das vacinas Pfizer, Coronavac e Jansen não mencionam o grafeno como parte de seus ingredientes.
As declarações foram feitas durante um evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, em São Paulo, com a presença de seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Enquanto Bolsonaro perpetuava informações sobre as vacinas, Pontes discursava sobre o potencial econômico do grafeno.
Vale ressaltar que as alegações de Bolsonaro sobre as vacinas têm sido objeto de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), devido à disseminação de fake news. No passado, durante uma das ondas de contaminação pela doença, o ex-presidente chegou a associar a vacinação ao vírus da aids.
O julgamento no TSE determinará a possível inelegibilidade de Bolsonaro, que enfrenta acusações de abuso de poder político e dos meios de comunicação por disseminar informações apontadas como mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas durante a campanha eleitoral do ano passado. Caso seja considerado inelegível, Bolsonaro se tornará o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral decorrente de crimes cometidos no exercício do mandato.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui