PLDO 2026 liga o alerta: Brasil pode perder capacidade de investir até 2029
🟡 O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
A nova proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso revela um cenário fiscal cada vez mais apertado. Segundo o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2026, os gastos obrigatórios devem continuar crescendo nos próximos anos, enquanto as chamadas despesas discricionárias — que incluem investimentos em infraestrutura, programas sociais e políticas públicas — caminham para o colapso.
Se o cenário se confirmar, em 2029 o governo terá apenas R$ 8,9 bilhões livres para gastar com o que não for obrigatório. Um número ínfimo diante das demandas sociais e estruturais do país. Economistas apontam que o espaço para manobra orçamentária está se esgotando rapidamente, o que pode comprometer o funcionamento do Estado.
🔍 OS NÚMEROS NÃO MENTEM
📈 2026:
• Gastos obrigatórios: R$ 2,385 tri (17,4% do PIB)
• Discricionários: R$ 208,3 bi (1,5% do PIB)
📉 2029:
• Obrigatórios: R$ 2,838 tri
• Discricionários: R$ 8,9 bi (0,1% do PIB)
💣 O QUE ESTÁ PRESSIONANDO O ORÇAMENTO?
O principal fator de pressão são os gastos obrigatórios — que, por lei, o governo não pode deixar de fazer. Isso inclui Previdência, saúde, educação e pagamento de dívidas judiciais (precatórios). A partir de 2027, os precatórios voltam a entrar no limite de gastos, ocupando ainda mais espaço dentro do orçamento.
Além disso, o juro real elevado encarece o custo da dívida pública, enquanto a receita não cresce no mesmo ritmo. Com isso, sobra cada vez menos para os gastos livres, e a margem para investimentos praticamente desaparece.
🧠 O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?
💬 Felipe Salto (Warren)
“O déficit é só parte do problema. O sistema orçamentário é automático e ineficiente. Sem reformas, 2027 será ingovernável.”
💬 Tiago Sbardelotto (XP)
“Vamos precisar de R$ 110 bilhões a mais só pra fechar a conta em 2026.”
💬 Alexandre Andrade (IFI)
“O novo arcabouço não está segurando a dívida. A conta vai estourar.”
📉 A DÍVIDA TÁ SUBINDO
🔸 Governo:
Dívida bruta atinge pico em 2028 (84,2% do PIB), depois cai.
🔸 XP:
Vai até 94,7% do PIB em 2034. Superávit? Só depois de 2029.
🚧 E AGORA, BRASIL?
Diante desse cenário, economistas afirmam que será inevitável enfrentar reformas estruturais para evitar uma crise fiscal mais grave. Entre as medidas defendidas, estão a revisão das vinculações constitucionais (especialmente em saúde e educação), mudanças na regra de reajuste do salário mínimo e um freio no crescimento das emendas parlamentares.
Ainda que essas mudanças sejam impopulares, especialistas alertam que sem elas o país pode perder completamente sua capacidade de investimento público. A expectativa é que essas decisões fiquem para o próximo governo, após as eleições de 2026.
🧭 Fonte: CNN Brasil | Reportagem de João Nakamura
