Estados Unidos e comunidade internacional pressionam por transparência em meio a repressão e acusações de fraude
Nesta quarta-feira (31), os Estados Unidos lançaram um forte alerta à Venezuela, declarando que a paciência com o regime de Nicolás Maduro está se esgotando devido à demora na divulgação das atas de votação das eleições do último domingo (28). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor com 51% dos votos, mas a legitimidade do processo é amplamente contestada.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, expressou frustração em uma entrevista coletiva: “Nossa paciência e a da comunidade internacional estão se esgotando enquanto esperamos que as autoridades eleitorais venezuelanas sejam honestas e divulguem os dados completos e detalhados dessas eleições para que todos possam ver os resultados”.
As eleições na Venezuela, observadas pelo Centro Carter, foram classificadas como antidemocráticas. Kirby destacou que os protestos nos últimos dias são uma reação do povo venezuelano que “está saindo às ruas para exigir que os votos sejam contados”. Ele condenou veementemente a violência política e a repressão, alertando que a comunidade internacional está atenta e responderá de acordo.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, reforçou a mensagem, indicando que a paciência dos EUA e da comunidade internacional está “se esgotando” e que cada vez mais países estão pedindo ao CNE venezuelano que divulgue as atas de votação. Esta pressão global inclui pedidos da ONU, União Europeia, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina e Espanha, entre outros.
A crise eleitoral venezuelana se intensifica com relatos de repressão violenta, mortos e feridos em protestos, e o sequestro de líderes da oposição. Maduro, considerado um ditador por muitos observadores internacionais, mantém um regime que deixou a Venezuela na miséria, com graves violações de direitos humanos e desrespeito à vontade popular.
A reação da comunidade internacional reflete a seriedade da situação. Apenas quatro países – Irã, Rússia, China e Bolívia – todos com regimes autoritários, reconheceram a reeleição de Maduro. Este isolamento destaca a ilegitimidade do processo eleitoral venezuelano e a necessidade urgente de transparência.
Enquanto a situação se desenrola, o mundo aguarda que o CNE venezuelano divulgue as atas de votação, um passo crucial para resolver a crise. A pressão dos Estados Unidos e de outras nações busca garantir que a voz do povo venezuelano seja ouvida e respeitada, em meio a um cenário de repressão e desespero.