Nova licitação deve ser realizada após pregão ser vencido por ‘mercearia’
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu anular o leilão realizado na última quinta-feira (6) para importar 263 mil toneladas de arroz. Segundo o anúncio feito nesta terça (11), o motivo do cancelamento são as suspeitas envolvendo a capacidade de entrega das empresas vencedoras.
O certame milionário foi arrematado por uma mercearia de bairro, uma locadora de carros e uma fábrica de sorvetes, com apenas uma quarta empresa tendo experiência em comércio exterior.
Entretanto, o governo federal não desistirá da aquisição do arroz. De acordo com Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), haverá um novo leilão para a compra do produto. “Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter garantia que vamos contratar empresa com capacidade técnica e financeira. A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado. Não haverá recuo da decisão, tendo em vista que o arroz precisa chegar à mesa do brasileiro a preço justo,” declarou Pretto.
A polêmica em torno do leilão gerou movimentação entre os parlamentares de oposição, que começaram a reunir assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis fraudes. O deputado federal Zucco (Republicanos-RS) conseguiu cerca de 100 assinaturas, sendo necessário um mínimo de 171 para apresentar o processo na Câmara dos Deputados.
A decisão de anular o leilão foi tomada após uma reunião entre Pretto, os ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Agricultura, Carlos Fávaro, com o presidente Lula. Segundo Teixeira, a maioria das empresas demonstrou fragilidade financeira em relação ao montante envolvido na transação.
Com a anulação do leilão, o governo busca agora uma nova licitação que assegure a capacidade técnica e financeira das empresas participantes, garantindo que o arroz chegue à mesa dos brasileiros a um preço justo.
