Intimação a Bolsonaro na UTI amplia tensão com o STF

Ex-presidente foi citado judicialmente por ordem de Alexandre de Moraes enquanto se recupera de cirurgia no intestino

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi formalmente intimado nesta quarta-feira (23) enquanto se encontrava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. A medida, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, acentuou o clima de tensão entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).

A oficial de Justiça chegou ao hospital por volta das 10h30 e entrou no quarto de Bolsonaro às 12h45, momento em que entregou a documentação e colheu sua assinatura. A ação ocorre no âmbito do processo que investiga o ex-presidente por suposta tentativa de golpe de Estado, ao lado de outros réus do chamado “Núcleo 1” da investigação.

Em mensagem enviada a aliados, Bolsonaro classificou o episódio como “inacreditável”, destacando que ainda está em recuperação de uma cirurgia no intestino delgado. A operação foi realizada para tratar aderências causadas pela facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018. A equipe médica recomendou que o ex-presidente evitasse receber visitas durante o período de recuperação.

Aliados do ex-presidente criticaram a medida, considerando que o STF deveria ter aguardado a alta médica para realizar a citação. Alguns argumentaram que a ação pode ter violado o artigo 244 do Código de Processo Civil, que prevê a suspensão de atos processuais em casos de grave estado de saúde, salvo quando há risco de perecimento de direito.

Em nota, o STF explicou que todos os demais réus já haviam sido citados entre os dias 11 e 15 de abril. A Corte afirmou ainda que aguardou uma ocasião apropriada para realizar a intimação de Bolsonaro e que a realização de uma transmissão ao vivo feita por ele em 22 de abril indicou que o ex-presidente estaria em condições de ser citado.

A intimação formal é uma etapa indispensável para o avanço da ação penal. A partir dela, inicia-se o prazo de cinco dias para a apresentação da defesa prévia dos acusados. O caso segue sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal.

website average bounce rate

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui