Por Hélio Rosa
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal – STF suspendeu nesta terça-feira (9) o julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, com o pedido de Nunes Marques de mais tempo para analisar o caso.
Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela parcialidade de Moro no caso do triplex do Guarujá, Cármen Lúcia e Edson Fachin já haviam dado seus votos há mais de dois anos.
O mais novo ministro da Corte se declarou impossibilitado de votar por não conhecer profundamente o caso. “Todos nós sabemos, é um processo de extrema relevância, de conteúdo vasto e complexo, que demanda tempo, atenção e estudo”, disse ele. “Peço escusas, mas preciso pedir vistas para analisar”.
Gilmar Mendes
O ministro tratou de lembrar que não foi indicado pelo PT: “Ressalto que a suspeição se fundamenta em fatos concretos e específicos contra Luiz Inácio Lula da Silva em razão de interesses políticos próprios do ex-juiz Sergio Moro”, disse ele.
Gilmar antecipou o fato para amparar seua narrativa de que Moro agiu como “juiz acusador”, e de que tinha participação em um projeto de poder, “verdadeiro projeto de poder, que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, em especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral” disse o ministro.
Continuando, o Ministro abusou de terminologias não muito usuais em cortes judiciais, “O combate a corrupção é digno de elogio, é fundamental. Agora, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, afirmou, “Não se combate o crime cometendo crime. Ninguém pode se achar o ‘ó do borogodó’, cada um vai ter o seu tamanho no final da história”, finalizou.