Decisão do Governo Lula Gera Condenação da Comunidade Judaica Brasileira
Brasília, 10/01/2024 – O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu formalmente apoiar a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça, em Haia. A decisão veio após o encontro entre Lula e o embaixador palestino Ibrahim Alzeben, que solicitou o respaldo brasileiro. Este movimento representa mais um gesto diplomático de repúdio do governo Lula a Israel e gerou críticas da comunidade judaica brasileira. O julgamento do caso está marcado para esta quinta-feira (11).
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a decisão, classificando-a como uma ação “cínica e perversa”. A entidade argumenta que o Brasil se afasta de sua posição tradicional de equilíbrio e moderação na política externa. A nota da Conib destaca que a África do Sul “inverte a realidade” ao responsabilizar Israel, relembrando que o conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas.
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O Ministério das Relações Exteriores, em nota, justificou o apoio brasileiro à denúncia, citando “flagrantes violações ao direito internacional humanitário”. Lula já havia feito declarações controversas anteriormente, utilizando a palavra “genocídio” para descrever os eventos em Gaza. A decisão do governo brasileiro ocorre em meio a um cenário de desgaste diplomático com a comunidade judaica, que criticou posicionamentos anteriores do ex-presidente sobre o conflito.
O embaixador palestino também solicitou ajuda humanitária imediata a Gaza e Cisjordânia, além de defender um cessar-fogo. O governo brasileiro, baseando-se em números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, alega que a guerra deixou mais de 23 mil mortos, destacando a necessidade de uma solução de dois Estados para a região. O Itamaraty reiterou o apoio a um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, com fronteiras acordadas e Jerusalém Oriental como capital.
A denúncia sul-africana, protocolada em dezembro, conta com o apoio de diversos países, e as audiências na Corte Internacional de Justiça buscam uma ordem emergencial para interromper os ataques de Israel. Não há um prazo definido para o veredito, mas espera-se uma decisão temporária em breve, seguida pelo julgamento do mérito, um processo que costuma durar de cinco a dez anos.