Em 2000, nos Estados Unidos, surgiu um novo conceito: a sociedade deveria passar a consumir de maneira mais responsável e consciente
Após a crise econômica mundial, em 2008, esse pensamento se fortificou e se tornou o que chamamos hoje de “Consumo Colaborativo”. À época, os norte-americanos começaram a perceber que o seu ritmo de consumo era muito acelerado e os movimentos que repensavam essa maneira de consumir ganharam espaço e se multiplicaram. Nasce assim o conceito dos cinco C’s: Crie – Compartilhe – Curta – Comente – Convide = incremento de venda.
Marcada pelo compartilhamento de recursos, a economia compartilhada vem ganhando mais e mais força ao redor do mundo, e as grandes corporações podem entrar no barco ou serem atropeladas por ela.
O consumo colaborativo tem se provado um movimento duradouro, abrangente e revolucionário, razão pela qual um grande número de empresas inovadoras, como Patagônia, Toyota e NBC, por exemplo, já passaram a adotar estratégias baseadas no compartilhamento em seus principais negócios. A cadeia de valor da economia colaborativa mostra como as empresas podem repensar seus modelos de negócios tornando-se “prestadoras de serviços”, “fomentadoras de mercado” ou “provedoras de plataformas”.
As empresas com visão de futuro empregam um modelo, enquanto as mais inovadoras empregam todos os três, com a corporação no centro. No coração da economia colaborativa, estão empresas e projetos que surgiram a partir de variações sobre o tema do compartilhamento pessoa-para-pessoa (peer-to-peer). Carros, alimentos, serviços, motos, moradia, informação, tecnologia, entre outros bens, podem ser compartilhados.
A ascensão da economia colaborativa é direcionada e viabilizada por forças de mercado que agora estão convergindo. Quanto mais elas aceleram, mais cresce a tendência. O modelo já foi adotado por diversos setores e movimenta, no mínimo, US$ 100 bilhões de dólares (0,14% do Produto Interno Bruto mundial em 2012), segundo a consultora Rachel Botsman, uma das autoras do livro “O que é meu é seu”.
A estimativa não é exata, segundo ela, porque é difícil reunir dados precisos de alguns mercados. Notoriamente, a economia colaborativa é responsável por três pilares: social, com destaque para o aumento da densidade populacional, avanço para a sustentabilidade, desejo de comunidade e abordagem mais altruísta; econômico, focado em monetização do estoque em excesso ou ocioso, aumento da flexibilidade financeira, preferência por acesso X aquisição, e abundância de capital de risco; e tecnológico, beneficiado pelas redes sociais, dispositivos e plataformas móveis, e sistemas de pagamento.
Para pegar carona nos novos caminhos que as forças de mercado traçam, as empresas já existentes devem repensar seus modelos de negócios e incorporar um ou mais dos três modelos colaborativos “prestadoras de serviços”, “fomentadoras de mercado” ou “provedoras de plataformas”.
Ao fazê-lo, elas vão evoluir ao lado de seus clientes e consumidores – e não ser ultrapassadas por eles. Parece que agregar valor em cada nível gera retorno, uma vez que esses três modelos representam um aumento na maturidade, exigem um maior investimento e resultam em maior benefício em cada nível. Exemplos em grandes corporações são a Toyota alugando carros de concessionárias selecionadas e o Citibank patrocinando um programa de compartilhamento de bicicletas na cidade de Nova Iorque, como já ocorre no Brasil.
Em poucas palavras, o grande aprendizado para as empresas é o seguinte: o relacionamento com os clientes mudou, então liberte sua empresa para ganhar o mercado.
Fidelização de Clientes
O marketing de relacionamento é criar, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes e outros interessados. Além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos e duradouros.
Os programas de fidelização são um processo que utiliza a comunicação integrada para estabelecer um relacionamento continuado, duradouro e gratificante com os clientes, visando aumentar a lealdade e a rentabilidade pelo mecanismo de reconhecimento e recompensa dos mais leais.
Conforme Bogman (2000, p. 20) “cliente fiel é aquele que sempre volta à organização por ocasião de uma nova compra ou transação, por estar satisfeito com o produto ou serviço. E fidelização é o processo pelo qual um cliente se torna fiel”. Para conquistar a fidelização, é necessário que as empresas invistam nos relacionamentos contínuos com os clientes. A fidelidade proporciona vantagens financeiras para a empresa. Manter o cliente fiel tem um custo financeiro menor do que conquistar novos clientes.
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Helio Rosa, Mercado Compartilhado | Ebook Reduzir Desperdício