Naqueles primeiros anos do século XX, o transporte era feito no lombo dos bois que puxavam os carros pelas estradas de terra, e ajudava na pobre economia de subsistência do Estado de Goiás. Com a chegada da ferrovia, o progresso e desenvolvimento do estado alavancaram.
Criada 1910, tendo suas primeiras instalações sediadas na cidade de Araguari, localizada no Triângulo Mineiro, a Estrada de Ferro Goyaz abriu o caminho do progresso e do desenvolvimento para o centro-oeste brasileiro. Em espacial a, enorme, Província de Goyaz, que no passado tinha seu nome, de origem indígena, escrito desta forma. Assim, em 20 de novembro de 1911, a Locomotiva nº 2, de nome José Jardim, adentrou primeira vez com o trem em solo goiano, ao percorrer 3 km de extensão da ferrovia. Nessa época a ferrovia seguia em expansão e, na ocasião, eram transportados estruturas ferroviárias. Estas, no caso, que foram transportadas de balsa no Rio Paranaíba, na divisa do Estado Mineiro e Estado Goiano.
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A ferrovia chegou e veio avançando território goiano adentro. Cidades foram surgindo como: Anhanguera, Cumari, Goiandira, Urutaí, Pires do Rio, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões, Bonfinópolis e Senador Canedo. Vilarejos nestes lugares também foram formados e permanecem vivos até hoje, tudo graças a ferrovia. Podemos citar, por exemplo, a Vila Galvão em Senador Canedo, ou Caraíba e Ponte Funda em Vianópolis. Locais, estes, que ainda permanecem com a ferrovia ativa, mesmo que atualmente subutilizada e mantendo suas estações. Já as estações, boa parte delas foram restauradas, sendo uma ou outra que ainda carece de atenção por parte dos órgãos competentes no tocante a sua preservação. A Estrada de Ferro Goyaz serviu como base para que, posteriormente, os trilhos chegassem até a Nova Capital da República, Brasília.
Em 120 anos, o sistema ferroviário da região, na maior parte do tempo, não teve a devida atenção que seria necessária. Até 1914 o avanço foi rápido. Mas devido as duas Guerras Mundiais e posteriormente o interesse pela Indústria Automobilística na era do governo JK, além de disputas políticas, entre tantos outros motivos, foi atrasando a continuidade da obra e a manutenção e modernização deste sistema.
Trens para Brasília
Com a construção da nova Capital, Brasília, e a criação de uma nova região administrativa, o Distrito Federal. Mesmo já não tendo mais o mesmo valor de outrora a cidade não poderia ficar fora dos trilhos. Então a Estrada de Ferro Goyaz serviu de base para essa nova conexão entre a recém criada cidade aos grandes centros da época, Goiás, Minas, São Paulo, inclusive a antiga capital da República o Rio de Janeiro.
Tendo sido iniciada alguns anos após a inauguração de Brasília a ferrovia veio para criar mais um canal de conexão com a novíssima Capital da República. Denominado de Expresso Bandeirante, esse foi por algum tempo o elo de ligação entre pessoas nessa região.
Porém naquele tempo o modal ferroviário já vinha perdendo força, ao contrário de grandes nações do globo, como Estados Unidos da América, Japão e países da Europa. Então a sua, se é que pode-se dizer assim, plena operação aqui na nossa região durou muito pouco tempo. Praticamente da década de 70 até o comecinho dos anos 90. Mais precisamente em 1992 o, denominado, Expresso Bandeirante deixou de operar. Assim a Estação Rodoferroviária passara apenas a servir ao ônibus interestaduais e, no caso da ferrovia, apenas a poucos trens de cargas. Desde então são transportados pela ferrovia apenas, petróleo cru (que são refinados no setor de inflamáveis no SIA), a bauxita (que é extraída de uma mina localizada na região da Fercal) algumas outras poucas cargas e nada mais. Hoje nem aos ônibus a Rodoferroviária atende mais. Servindo apenas aos poucos trens cargueiros e suas instalações abrigando alguns órgãos do GDF, como o DFTrans.
A ferrovia na atualidade
Na atualidade a ferrovia na região tem sido apenas uma correia de transporte de empresas privadas. Não mais servindo para integrar pessoas e cargas, somente para os grupos relacionados a determinados tipos de transporte. O que limita o potencial explorado desse modal. A bem da verdade essa é a realidade da ferrovia na nossa região e isso só irá mudar quando houver um novo modelo de gestão.
O trem não parou, isso é um fato, mesmo que não seja mais como antes. O que, antes, transportava mercadorias, pessoas e sonhos entre o centro do Brasil e o Estado de São Paulo, por exemplo, que já conectou a Capital da República a maior cidade o País, hoje leva um pouco de cargas e nada mais. Mas resiste ao tempo, principalmente nos corações e nas memórias daqueles que viveram, ou ainda vivem, a ferrovia. E daqueles que desejam se locomoverem pelos trilhos novamente.
A reestruturação de várias estações ferroviárias foi concretizada e projetos para uma melhor utilização desse tão importante modal, estão em andamento, mesmo que a passos largos. Atualmente temos três projetos em andamento. Dois deles já estão bem avançados e ambos eram para estarem em operação. São eles, a implantação de um trem inter-metropolitano ligando o Distrito Federal às cidades da parte sul, por onde a linha passa, incluindo cidades do Entorno. A implantação do trem turístico ligando históricas e importantes cidades do estado goiano por onde os trilhos levaram o progresso. E o terceiro, um trem de alta velocidade (TAV) ligando Brasília à Goiânia, permitindo assim, viagens rápidas de no máximo 1h entre as duas capitais.
Acompanhem essa série sobre esse importante tema, que preparamos para vocês. Nos próximo capítulos falaremos da chegada do Trem para Brasília. O Trem Inter-Metropolitano ligando o centro de Brasília a uma das regiões mais populosas do DF e Entorno. O trem turístico goiano e o “Expresso Pequi” conectando Brasília a Goiânia. Importantes projetos que visam melhorar a qualidade do transporte na nossa região e o trânsito, principalmente nos horários de pico.