O Mercado de Escravos – Raça, Gênero e Sexualidade

O Mercado de Escravos – Raça, Gênero e Sexualidade

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas em péPintura de Jean-Léon Gérôme – Buying A Slave (1857), O mercado de escravos

Em um contexto histórico da arte, as cenas do Harém representavam espaços domésticos para as mulheres nas sociedades muçulmanas; os homens eram incluídos apenas em relações bárbaras e sexuais. Esta pintura apresenta um cenário inespecífico do Oriente Médio ou do Norte da África, no qual um homem inspeciona os dentes de uma escrava branca, nua. As mulheres eram retratadas com uma sexualidade passiva, enquanto os homens eram retratados como dominadores e desrespeitosos com as mulheres.
Os escravos representados às vezes variam na cor da pele; em todos os casos, uma mulher ou mulheres estão à venda, com homens como compradores ou vendedores, mas no fundo do Mercado dos Escravos, os compradores podem ser vistos inspecionando um homem nu de pele escura, e no fundo do Mercado dos Escravos na Roma Antiga ( c. 1884) dois machos escravos, um preto e um branco, podem ser vistos.
Leilões e Vendas de Escravos
Os novos escravos eram adquiridos principalmente por negociantes atacadistas que seguiam os exércitos romanos. Muitas pessoas que compraram escravos queriam escravos fortes, principalmente homens. Crianças escravas custam menos do que adultos, embora outras fontes afirmem que seu preço é mais alto.
Júlio César certa vez vendeu toda a população de uma região conquistada na Gália, nada menos que 53.000 pessoas, para traficantes de escravos no local.
Dentro do império, os escravos eram vendidos em hasta pública ou às vezes em lojas, ou por venda privada, no caso de escravos mais valiosos. O tráfico de escravos era supervisionado pelos funcionários fiscais romanos chamados questores.
Às vezes, escravos ficavam em estandes giratórios e, em torno de cada escravo à venda, pendia uma espécie de placa descrevendo sua origem, saúde, caráter, inteligência, educação e outras informações pertinentes aos compradores. Os preços variavam com a idade e a qualidade, com os escravos mais valiosos obtendo preços altos. Como os romanos queriam saber exatamente o que estavam comprando, os escravos foram apresentados nus.
O traficante era obrigado a aceitar o escravo de volta dentro de seis meses se o escravo tivesse defeitos que não se manifestassem na venda ou compensassem o prejuízo do comprador. Os escravos vendidos sem garantia eram obrigados a usar um boné no leilão.
Escravidão por dívida – Nexum
Nexum era um contrato de servidão por dívida no início da República Romana. No sistema jurídico romano, era uma forma de mancipatio. Embora os termos do contrato variassem, essencialmente um homem livre se comprometeu como um escravo (nexo) como garantia de um empréstimo. Ele também pode entregar seu filho como garantia. Embora o fiador pudesse esperar enfrentar humilhação e alguns abusos, como um cidadão legal ele deveria estar isento de castigos corporais. Nexum foi abolido pela Lex Poetelia Papiria em 326 aC, em parte para evitar abusos à integridade física de cidadãos que haviam caído em servidão por dívida.
Os historiadores romanos iluminaram a abolição do nexum com uma história tradicional que variava em suas particularidades; basicamente, um nexo que era um jovem bonito mas íntegro sofreu assédio sexual por parte do titular da dívida. Em uma versão, o jovem se endividou para pagar o funeral de seu pai; em outras, ele foi entregue pelo pai. Em todas as versões, ele é apresentado como um modelo de virtude. Histórico ou não, o conto de advertência destacava as incongruências de submeter um cidadão livre ao uso de outro, e a resposta legal visava estabelecer o direito do cidadão à liberdade (libertas), distinto do escravo ou pária social (infamis).
Cícero considerava a abolição do nexum principalmente uma manobra política para apaziguar o povo comum (plebe): a lei foi aprovada durante o Conflito das Ordens, quando os plebeus lutavam para estabelecer seus direitos em relação aos privilégios hereditários dos patrícios. Embora a nexum tenha sido abolida como uma forma de garantir um empréstimo, a escravidão por dívida ainda pode resultar após o inadimplemento do devedor
Texto de: MoniqueRay
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