Por que o pão francês tem esse nome? Alimento amado pelos brasileiros não surgiu na França

Presente nos cafés da manhã dos brasileiros, a criação tem relação com o país europeu, mas nasce de uma emulação tupiniquim

FONTE: AVENTURAS NA HISTÓRIA

O pãozinho francês é um símbolo do café da manhã tupiniquim ao compor a refeição matinal na mesa dos brasileiros, sendo facilmente encontrado em mercados e padarias de todo o território nacional, além de ser consumido de diversas formas e, inclusive, sendo a base de pratos típicos, como a carne louca e o buraco quente.

Contudo, se engana quem acredita que a nomenclatura do popular alimento atribui a origem de sua criação; o pão francês não teve sua famosa receita importada ou sequer criada na França, mas sim, adaptada pelo popular jeitinho brasileiro.

O fato se baseia em uma história disseminada a partir do século 19 no Brasil, como esclareceu o quadro ‘Minha Receita’, apresentado pelo chefe francês Erick Jacquin na TV Bandeirantes.

Na época, brasileiros mais favorecidos socioeconomicamente tinham a oportunidade de conhecer a Europa, seja para turismo ou estudos, inclusive para compreensão da cultura local e bons modos.

Fotografia registra típica baguete francesa / Crédito: Foto de Mariana Kurnyk no Pexels

 

Ao retornarem ao país sul-americano, no entanto, eles descreviam que o pão encontrado por lá diferia do brasileiro, contando com uma casca dourada e crocante, mas com o miolo branco e macio. Além disso, seu formato não era arredondado, mas alongado como um cilindro.

Mudança de receita

De acordo com a pesquisa da emissora, é possível que o que estava sendo descrito eram as populares baguetes francesas, enquanto no Brasil, era mais fácil de encontrar o padrão português, cuja casca e miolo passavam por um longo período no forno, adquirindo uma colocação escura.

 

Ao tentarem emular o que era descrito após a viagem, os cozinheiros de famílias de elite tentaram reproduzir a receita com farinha de trigo, fermento biológico, ovos e, posteriormente, adaptando o sal, açúcar e margarina. Nascia então uma criação completamente brasileira, mas com o nome de francês.

Ao longo do século 20, ele foi aderido às padarias e alterado de pouco a pouco até se tornar possível de ser feito em quase todos os estabelecimentos alimentícios do país. Há registros de que as primeiras tentativas eram um pouco maiores do que o pãozinho que comemos atualmente, que ganhou o tamanho de unidade para possibilitar a pesagem e as porções individuais sem desperdício.

Além disso, ele é mais facilmente encontrado como pão francês na região sudeste do Brasil, visto que, em outros estados, ganhou apelidos típicos; no Rio Grande do Sul, pode ser encontrado como “cacetinho”, enquanto, na Bahia, é chamado de “pão de sal”.

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