PT, PSB, PCdoB e PV sinalizam federação partidária até março

As quatro siglas ainda precisam chegar a um consenso quanto à distribuição das cadeiras nas chapas proporcionais

Com a aproximação da eleição e busca pela formação de palanques mais fortes, as cúpulas partidárias intensificaram as discussões para a constituição de federações.

Até o momento, as negociações evoluíram mais entre legendas de centro-esquerda e esquerda. As tratativas para a constituição de uma federação avançam, por exemplo, entre PT, PSB, PCdoB e PV, norteadas pelo apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto.

Entretanto, as quatro siglas ainda precisam chegar a um consenso quanto à distribuição das cadeiras nas chapas proporcionais. O dia 1º de março é o prazo final para o registro das uniões de legendas junto ao Tribunal Superior Eleitoral.

Um dos motes para constituir a federação partidária é garantir governabilidade a Lula em caso de vitória em outubro a partir da eleição de uma forte bancada na Câmara dos Deputados. Contudo, o deputado Reginaldo Lopes (PT) admite a necessidade de equacionar os interesses dos partidos para consolidar a associação.

“Estamos abertos a um debate com partidos de esquerda sobre qual é o melhor desenho, porque há uma convergência na candidatura majoritária. Mas esse formato será fruto de um amplo debate. Há interesses estaduais, por exemplo. É um processo”, avalia. Uma reunião do diretório nacional do PT agendada para 16 de fevereiro vai apreciar a proposta de federação partidária.

“Inevitável”

O presidente do PSB de Minas, Vilson da Fetaemg, considera a formação de uma federação inevitável. No entanto, o receio é a construção da chapa, avalia o deputado. “A nossa preocupação é com quem vamos fazer o casamento, o que o noivo e a noiva têm”, pontua.

“É claro que, se disputássemos a eleição sozinhos, a nossa bancada federal deveria ter 54 candidatos. Agora, com a federação, devemos dividir as cadeiras. Porém, se o PT tiver uma chapa melhor que a nossa, não é bom para nós. Temos que fazer pelo menos três deputados federais em Minas”, afirma. Os socialistas apenas aguardam a executiva convocar uma reunião para bater o martelo.

Programa conjunto será teste para aliados

A necessidade da elaboração de um programa comum aos partidos envolvidos na federação – regra determinada pela lei – é avaliada como o principal benefício da união das legendas pelo presidente do PV de Minas, Osvander Valadão.

“É uma forma de a gente evitar incoerências durante os mandatos, tanto na Câmara quanto nas Assembleias. Enfim, é uma forma de a gente ter unidade no mesmo campo político e, com isso, aumentar o número de deputados eleitos por se tratar de uma grande federação”, explica o dirigente.

Por outro lado, Valadão aponta que, assim como em outros Estados, o PV teria condições de lançar uma chapa própria. “A gente vai ter que concentrar os esforços de natureza política, estratégica e estrutural em cima de uma quantidade menor de nomes. Ali, vai ter o número de vagas para o PT, o PSB, o PCdoB e o PV”, analisa.

Assim como Osvander Valadão, o presidente do PCdoB de Minas, Wadson Ribeiro, argumenta que a federação será importante do ponto de vista tanto eleitoral como programático.

Convergência

“É claro que, sendo uma federação, existem alguns detalhes que o próprio TSE regulamentou. Entendimentos partidários sobre uma espécie de governança dessa federação, que, nesta fase, são discutidos pelas direções nacionais dos partidos. Porém, politicamente, há muita convergência para que esses quatro partidos possam constituir uma federação”.

Por outro lado, Wadson aponta que uma concentração de candidaturas poderia atrasar a renovação dos partidos, já que os atuais mandatários buscariam manter os mandatos. “Mas acho que, no geral, a federação foi um avanço para a democracia neste momento de tantos ataques a ela”, disse.

Por Gabriel Ferreira Borges; O Tempo

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