Em grupo fechado no WhatsApp, alunos da UnB combinam estratégia: um deles deixou clara a intenção de chamar reforço de torcidas organizadas
Fonte: Metrópoles – Carlos Carone
Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura o planejamento de ataques violentos, supostamente organizados por alunos do curso de filosofia da Universidade de Brasília (UnB), durante as manifestações previstas para o final de semana, na Esplanada dos Ministérios. Conversas travadas entre estudantes em um grupo fechado no WahtsApp deixa claro o objetivo de usarem armas durante o ato marcado para domingo (07/06) próximo ao Congresso Nacional.
Na conversa, uma mulher afirma que a ação é perigosa, mas é necessário agir com agressividade. “Não dá pra ficar assustado mano. tá na hora de armar literalmente. Só quebrar vidraça não é suficiente não”, diz a suposta estudante de filosofia. Ela prossegue enviando mensagens, desta vez ressaltando sentir medo de confronto. “Mas não vou mentir estou MT assustada (sic). Não quero morrer, desaparecer, ser torturada. Estou com MT cagaço na moralzinha”, comentou.
Outro integrante deixa claro que pretende dar maior poder de fogo ao grupo fazendo contato com uma torcida organizada de um time de futebol. Um membro responde, garantindo ter contato com outra organizada e que os grupos poderiam unir forças durante a manifestação. “Vamos unir os dois gigantes”, resume.
Confira trechos da conversa:
Em outra mensagem, outro participante diz ter entrado em contato com o “CV”, mas não explica o significado da sigla. “Pra passar os armamento (sic)”. Outros integrantes do grupo ironizam a sigla, afirmando ser a tradução para “Cristo Vive, Curriculum Vitae ou Crentes Vencedores”. No jargão policial, CV também designa a facção criminosa Comando Vermelho.
Comunidade ampla e diversa
O Metrópoles entrou em contato com a UnB para que a universidade se posicionasse sobre o planejamento dos alunos. Segundo a instituição, não há como a universidade se responsabilizar por atos cometidos ou opiniões emitidas por membros da ampla e diversa comunidade acadêmica.
“Textos de estudantes publicados em qualquer esfera pública não refletem, necessariamente, a opinião da Administração Superior da UnB. De toda e qualquer forma, repudiamos gestos de intolerância ou ameaças que desrespeitem os direitos humanos, a liberdade de pensamento e a diversidade”, aponta a nota.