O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quinta-feira (25) que o governo federal vai estender o pagamento do auxílio emergencial destinado a trabalhadores informais durante a pandemia de Covid-19.
Fonte: CNN Brasil, Anna Satie
Segundo Bolsonaro, ainda não foram definidos os valores exatos, mas deve haver o pagamento de R$ 1.200 divididos em três parcelas decrescentes e menores que as atuais: R$ 500, R$ 400 e R$ 300 — o que equivaleria, no total, a duas parcelas no valor atual de R$ 600. As datas dos novos pagamentos não foram anunciadas.
O anúncio de que os novos pagamentos seriam feitos em três parcelas nestes valores — R$ 500, R$ 400 e R$ 300 — chegou a ser feito de manhã pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, via Twitter. No entanto, pouco depois, o post foi apagado. O anúncio fora de hora provocou uma saia justa no governo, já que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda alinhava o tema com o Congresso, noticiou o analista da CNN Igor Gadelha.
Bolsonaro também anunciou que a terceira parcela do auxílio emergencial deve começar a ser paga a partir deste sábado (27). “Até o sábado que vem (4), 60 milhões de brasileiros recerão o auxílio emergencial”, disse.
De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou da live ao lado de Bolsonaro, os novos repasses elevarão a despesa do governo no enfrentamento à pandemia da Covid-19 a um total de R$ 1 trilhão.
Mudança de tom
O anúncio marca uma mudança de tom no governo sobre a extensão do auxílio. Na segunda (22), Bolsonaro afirmou que o governo não suportaria pagar mais duas parcelas do auxílio emergencial no valor de R$ 600. “A União não aguenta outro com esse mesmo montante”, disse o presidente ao canal Agro+.
No dia 11 deste mês, quando o governo falava em pagar mais duas parcelas de R$ 300, Bolsonaro chegou a falar que vetaria a extensão do auxílio caso a Câmara aprovasse mais duas parcelas de R$ 600.
Na terça (23), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou que a extensão do pagamento por mais um ou dois meses não iria “quebrar” o país financeiramente. “É exagero de quem diz isso”, disse o parlamentar em videoconferência promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil.
Ao longo da semana, nos bastidores, lideranças do Centrão previam que Bolsonaro e a equipe econômica cederiam à pressão do Legislativo por valores maiores que duas parcelas de R$ 300, apurou o analista da CNN Igor Gadelha.
Reprodução: BSB TIMES