O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou legalmente nos Estados Unidos em suas três viagens ao país, mesmo sem ter comprovado a vacinação contra a Covid-19.
Por Rogério Cirino
Segundo fontes do Departamento de Estado americano reveladas ao jornalista Igor Gadelha, Bolsonaro possuía imunidade diplomática como chefe de Estado e se enquadrava na lista de pessoas permitidas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA a ingressar no país sem o comprovante de vacinação. A filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, também está contemplada pelas regras do CDC por ser menor de 18 anos.
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Nesta quarta-feira (04/05), a Polícia Federal deflagrou a Operação Venire, que cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro. A investigação apura a inserção de dados falsos no sistema de informação do Ministério da Saúde para emissão de certificados de vacinação contra a Covid-19. As falsificações, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, permitiam a burla das restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos. Os crimes investigados são infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Durante as buscas, os agentes da PF estiveram em um endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. O celular do ex-chefe do Executivo foi apreendido, mas ele não foi alvo de mandado de prisão. Bolsonaro deve prestar depoimento ainda nesta quarta. As ações policiais acontecem dentro do inquérito que apura a atuação das chamadas “milícias digitais”, em tramitação no STF.