A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um parecer contrário à realização de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada na última quarta-feira (3).
Por Rogério Cirino
De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, não há indícios suficientes que possam sustentar a participação de Bolsonaro e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, na adulteração de cartões de vacinação.
Segundo o parecer de Araújo, os elementos de informação incorporados aos autos não servem como indícios minimamente consistentes para vincular o ex-presidente e sua esposa aos supostos fatos ilícitos descritos na representação da Polícia Federal. A vice-PGR ressaltou que, de acordo com as investigações da PF, o ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, é quem teria “arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa”, sem a anuência do ex-presidente.
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Apesar dos argumentos da PGR, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, expediu 16 mandados de busca e apreensão, incluindo o endereço de Bolsonaro em Brasília. Durante a ação, agentes apreenderam o celular do ex-presidente.
As investigações da PF apontam que pessoas tiveram seus dados de vacinação fraudados no sistema do Ministério da Saúde, incluindo Bolsonaro e sua filha, Laura. No total, seis pessoas foram presas, incluindo Mauro Cid, o ex-policial Max Guilherme e o ex-segurança do chefe do Executivo, Sérgio Cordeiro.
Bolsonaro nega qualquer envolvimento em possíveis fraudes de vacinação, reiterando que nunca se vacinou contra a Covid-19. O ex-presidente afirmou que sua esposa recebeu a vacina nos EUA e que sua filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina. Em entrevista à imprensa na porta de sua nova casa em um condomínio em Brasília, Bolsonaro declarou que não entende a busca e apreensão em sua residência.