Pequim fala em “lutar até o fim” contra guerra tarifária dos EUA
O governo da China prometeu adotar “medidas resolutas e eficazes” após a entrada em vigor, nesta quarta-feira (9), das tarifas de 104% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses.
A escalada ocorre após Pequim recusar-se a retirar as tarifas retaliatórias de 34% contra mercadorias americanas, o que levou Trump a acrescentar 50% às tarifas já anunciadas. Com isso, a carga total de impostos sobre importações da China ultrapassa a casa dos 100%.
“A China se opõe firmemente e jamais aceitará tal comportamento dominador e intimidador”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, em coletiva nesta quarta.
China endurece o tom: “Lutaremos até o fim”
Em tom duro, Lin afirmou que Pequim está pronta para o confronto:
“Se os EUA insistirem em travar uma guerra tarifária e comercial, a China lutará até o fim.”
A declaração ainda reforça que os direitos ao desenvolvimento, soberania e segurança chinesa não serão violados, sugerindo uma reação proporcional nas próximas horas ou dias.
Trump intensifica pressão comercial
Trump havia prometido aumentar as tarifas se a China não recuasse até o meio-dia de terça-feira (8). Diante da negativa chinesa, o presidente americano aumentou as taxas de 34% para 104%, em uma manobra que amplia ainda mais a tensão entre as duas potências.
“Estamos arrecadando US$ 2 bilhões por dia com as tarifas”, afirmou Trump em publicação recente, reafirmando que os EUA não recuarão.
As medidas somam-se aos 20% já impostos desde seu retorno à Casa Branca, e ampliam os impactos nos mercados globais.
Retaliação chinesa deve vir em breve
Apesar de ainda não anunciar uma resposta imediata, a China vem sinalizando que retaliações são iminentes. A imprensa estatal e formadores de opinião próximos ao Partido Comunista vêm adotando um discurso de desafio e resistência, o que aumenta a expectativa de novos desdobramentos no impasse comercial.
Impacto global
A guerra tarifária entre China e EUA já está pressionando o dólar, elevando preços e provocando volatilidade nos mercados financeiros, em meio a temores de recessão global. Pesquisas recentes mostram que 73% dos americanos esperam alta generalizada de preços em razão das medidas adotadas por Trump.