Operação será discutida com bancos públicos e privados e deve contar com aval do Tesouro Nacional
O Conselho de Administração dos Correios se reúne nesta quarta-feira (15) para analisar um empréstimo bilionário com o objetivo de salvar o caixa da estatal e garantir sua sobrevivência até o fim de 2026. A proposta prevê a contratação de R$ 10 bilhões ainda neste ano e outros R$ 10 bilhões em 2026, com garantia do Tesouro Nacional.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo confirmadas pela CNN Brasil, a operação está sendo negociada com um consórcio de bancos públicos e privados, incluindo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em condições de mercado.
A medida é considerada essencial pela área econômica do governo para evitar que os Correios se tornem dependentes do Orçamento Geral da União (OGU) — cenário que colocaria suas despesas anuais, de cerca de R$ 20 bilhões, dentro do arcabouço fiscal, reduzindo ainda mais o espaço para investimentos e gastos discricionários.
No primeiro semestre de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais que o triplo das perdas no mesmo período do ano anterior. O rombo é resultado da queda nas receitas e do crescimento das despesas operacionais, agravado por atrasos em medidas de reestruturação.
Entre as ações já anunciadas estão a venda de imóveis, um programa de demissões voluntárias e o lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce — iniciativas vistas como insuficientes para reverter o quadro financeiro.
Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocou o comando da estatal, substituindo Fabiano Silva, ligado ao grupo Prerrogativas, pelo economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil.
A reunião do conselho será presidida por Sônia Faustino, secretária-executiva do Ministério das Comunicações, que supervisiona formalmente a estatal. O plano inclui o uso dos recursos para capital de giro, ajustes no plano de saúde, repactuação de passivos e custos de reestruturação.






