Presidente francês considera o acordo ultrapassado e insuficiente para os desafios atuais.
Emmanuel Macron, presidente da França, fez declarações contundentes durante o encerramento de um evento em São Paulo, nesta quarta-feira (27), onde membros da comitiva francesa, do governo Lula e representantes industriais estiveram presentes.
Após apelos pela retomada das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, Macron classificou os termos como “péssimos” e instou ambas as partes a se envolverem em um “novo acordo”. Para o presidente francês, o atual pacto é antiquado, sendo negociado por mais de duas décadas, e não reflete as premissas do debate global atual, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade. Ele destacou a falta de consideração às mudanças climáticas nos termos do acordo.
Macron enfatizou a necessidade de abandonar o acordo atual e buscar um novo, alinhado com ideias mais atualizadas. Ele defendeu que, dentro do mercado interno francês, as regras de sustentabilidade foram fortalecidas nos últimos anos, o que exigiria padrões mais elevados das empresas. O presidente alertou para possíveis distorções no país caso o acordo atual seja firmado, com empresas menos sustentáveis e de menor custo de produção causando impactos negativos.
Os representantes brasileiros presentes no evento, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o presidente da Apex-Brasil Jorge Viana, demandaram mais espaço para as empresas brasileiras no mercado europeu. A França é um dos principais exportadores para o Brasil, enquanto o Brasil está em uma posição mais discreta nas exportações para a França.