Secretaria de Saúde vai aproveitar a estrutura e adaptar local para escola de formação dentro da Atenção Primária
Inaugurada no mês passado, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Riacho Fundo II é uma das maiores estruturas da Atenção Primária do DF. Tem capacidade para receber até dez equipes de saúde, o que significa entre 35 e 40 mil atendimentos por mês. Com toda essa estrutura, o Governo do Distrito Federal (GDF) também pensa em grandes projetos para o local, entre estes o de transformar a unidade em um polo de estudos.
É o que explica o coordenador de Atenção Primária do DF, Fernando Erick Damasceno: “A UBS 5 do Riacho Fundo II será o quinto equipamento de saúde da região. Ela é uma UBS muito grande, com uma ampla estrutura física. A pretensão é fazer de lá um polo de UBS escola, com bastante educação. Será a UBS mais importante do território, e vamos expandi-la até o fim do ano”.
Segundo o gestor, cerca de 60% das UBSs são cenários de ensino, e o governo pretende qualificar mais esse ambiente, que segue diretrizes curriculares das faculdades. “Queremos criar polos fortes, que serão cenários de ensino da graduação, da pós-graduação e também das residências médicas”, detalha.
“A quantidade de vidro, salas bem colocadas compõem uma obra de altíssimo nível que entregamos à população”Governador Ibaneis Rocha
“Essas UBSs maiores, com melhores condições, acabam influenciando melhores práticas. Isso se transforma em incentivo aos preceptores – que desenvolvem o trabalho junto aos estudantes e residentes – para continuarem dentro de uma carreira acadêmica. Estimula, de modo geral, o desenvolvimento do serviço”, acrescenta Damasceno.
Estrutura de excelência
Localizada na QS 09, conjunto 01, lote 01, a nova UBS contou com investimento de R$ 8,2 milhões. São consultórios e salas que receberam mobílias, macas comuns e ginecológicas, computadores, equipamentos para avaliação de sinais vitais, balança antropométrica e equipamentos para nebulização, entre outros. A UBS do Riacho Fundo II ocupa terreno de 9,7 mil m2 quadrados e tem área de 2,1 mil m2 edificados.
“Estive lá há alguns dias e fiquei encantado com a qualidade da obra”, lembra o governador Ibaneis Rocha. “A quantidade de vidro, salas bem-colocadas compõem realmente uma obra de altíssimo nível que entregamos à população.”
Já os serviços e consultas oferecidos contam com uma grande lista – do acolhimento ao cadastramento, passando pela assistência de enfermagem, médica e multiprofissional e atenção à saúde da gestante, da criança, adolescente, mulher, homem, LGBT e idoso. Há previsão para em breve dispor de assistência odontológica, vacinação, realização de testes rápidos contra covid-19 e entrega de medicamentos e insumos.
“O DF nunca teve tantas equipes completas, tantos equipamentos e obras”Fernando Erick Damasceno, coordenador de Atenção Primária
A UBS do Riacho Fundo II também faz acompanhamento dos beneficiários do programa Bolsa Família, de pacientes com doenças crônicas, tratamento de hanseníase e tuberculose e ainda o teste diagnóstico e acompanhamento de doenças como dengue, zika, febre amarela e outras viroses.
“Estou satisfeito de, logo nos primeiros dias da minha gestão, participar de uma inauguração da Atenção Básica, de uma UBS que é uma das maiores do Brasil”, comemora o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache. “Aqui nós temos sala de agentes comunitários, de coleta de exames, sala de farmácia e muito mais.”
Curativos, retiradas de pontos, troca de sondas, suturas e pequenos procedimentos também estão no rol de serviços, bem como o planejamento familiar, a colocação de dispositivo intrauterino (DIU) e a entrega de preservativos e contraceptivos. Também estão previstos o teste rápido de gravidez e o acompanhamento de pré-natal, entre tantos outros serviços.
“Há duas décadas esperávamos por esse equipamento público tão importante para a população”, reforça a administradora do Riacho Fundo II, Ana Maria. “Ele será de grande valia para os moradores e para os profissionais que vão nos atender.”
Mais equipes
Paralelamente à abertura de novas UBSs, o GDF trabalha para atingir o seu maior número de equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) da história. Até o fim do ano, a Saúde deverá ter 635 equipes, chegando à inédita cobertura de 83% de todo o território. Isso será possível com o credenciamento de mais 151 equipes junto ao Ministério da Saúde, além das 484 credenciadas já existentes, que serão distribuídas em todas as UBSs existentes na capital federal.
“O DF nunca teve tantas equipes completas, tantos equipamentos e obras”, aponta Erick Damasceno. “Em 2019, a nossa cobertura girava em torno de 63%, e pensar uma Atenção Primária que alcança 83% de cobertura é um grande avanço. O DF precisava muito disso, e estamos realizando.”
Quando procurar uma UBS?
A unidade básica de saúde é também conhecida como posto, centro de saúde ou clínica da família. Esses estabelecimentos de Atenção Primária oferecem exames, consultas e acompanhamento médico, entrega de medicamentos, troca de curativos e aplicação de vacinas.
As UBSs são o caminho indicado para casos de sintomas leves de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite, além de tratamento e acompanhamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Tais unidades também acolhem e acompanham casos de gestação, hipertensão, diabetes e obesidade.
As UBSs não oferecem o atendimento de pronto-socorro, exclusivo para casos de emergências. Em casos graves ou complexos, pacientes são encaminhados para uma unidade de pronto atendimento (UPA) ou hospital.
O site da Secretaria de Saúde dispõe de informações sobre todas as UBSs. O usuário pode descobrir qual unidade deve procurar, bem como o endereço, o horário de atendimento, a abrangência e o tipo de atendimento daquele espaço por meio da Sala de Situação.
Ian Ferraz, Chico Neto, Agência Brasília