Escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington abala mercados e impulsiona o dólar a R$ 5,80
O Ibovespa caía mais de 3% nesta sexta-feira (4) e as bolsas de Wall Street recuavam fortemente após a China anunciar tarifas recíprocas de 34% sobre todas as importações dos EUA, a partir de 10 de abril. A medida é uma resposta ao novo tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump, ampliando o clima de tensão comercial global.
Às 11h43, o principal índice da Bolsa brasileira recuava 3,14%, aos 127.020 pontos. No mesmo horário, o dólar disparava 3,11%, cotado a R$ 5,8038.
Os reflexos também eram sentidos nas bolsas internacionais: o S&P 500 caía 4,39%, o Nasdaq 100 recuava 4,81% e o Dow Jones perdia 3,72%. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 desabava 5,02%. Já o índice Nikkei, no Japão, teve queda de 2,75%, enquanto os mercados chineses estavam fechados por feriado.
A tensão aumentou após Trump impor novas tarifas sobre a China, elevando o total para 54% neste ano. Em resposta, o governo chinês afirmou que os EUA “jogaram errado” e impôs as novas tarifas.
A aversão ao risco se intensificou, especialmente no setor bancário global, que registrou perdas expressivas. No Japão, os três maiores bancos acumulam quedas semanais superiores a 20%, o pior desempenho desde 2008.
Além do conflito comercial, os investidores também acompanham os sinais de desaceleração econômica nos EUA, apesar da criação de 228 mil empregos em março — número acima das expectativas. O mercado agora precifica ao menos quatro cortes de juros pelo Federal Reserve ainda em 2025, frente à perspectiva de recessão.
O cenário levou moedas de países emergentes, como Brasil, México, África do Sul e Chile, a sofrerem pressão, com o dólar ganhando força globalmente.