O escândalo da hidroxicloroquina: o estudo contra ela foi mentiroso

Misturar política com ciência acabou resultando em adesão precipitada a conclusões negativas de uma pesquisa condenada por especialistas. A pressa em devastar a imagem de Donald Trump pode ter custado milhares de vidas.

Por: site MEGACURIOSO

O estudo sobre a hidroxicloroquina que apareceu na revista médica The Lancet já foi chamado por um jornal indiano de um dos maiores escândalos científicos do século, porque envolve dois autores originários da Índia, o cardiologista Mandeep Mehra, o diretor de um hospital importante em Boston, e Sapan Desai, criador de um agora suspeitíssimo site com informações médicas em tempo real chamado Surgisphere.

Sobre a hidroxicloroquina, os autores disseram que não apenas não tinha efeito positivo como aumentava a letalidade, em mais de 20% o que provocou um impacto enorme, inclusive por causa da politização do assunto e o desejo de deixar Donald Trump em apuros – com o equivalente brasileiro, claro.

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“Muitos pacientes leram a respeito. Milhares estavam fazendo os testes. Como poderiam continuar?”, disse Chaccour, o médico que já havia tido suspeitas sobre o estudo com a outra substância, o invermectin, também baseado num banco de dados improvável.

Hidroxicloroquina, com eficácia cientificamente? – Sociedade Brasileira de Virologia

Em honra da ciência amparada na ética e nas práticas consagradas, o estudo foi imediatamente repudiado por médicos e pesquisadores, inclusive contrários ao uso da hidroxicloroquina.

A Organização Mundial de Saúde, cuja reputação foi arruinada sob o atual diretor, o etíope Tedros Adhanom, tomou a medida mais precipitada: anunciou imediatamente que estava suspendendo seu estudo internacional, o mais amplo, sobre a droga antimalária. Depois, voltou atrás.

Mais um vexame na conta da OMS, que se deixou alegremente enganar pelos chineses no começo da epidemia. Tudo que foi escrito acima não significa que a medicação funcione ou não no tratamento de infectados pelo novo coronavírus.

Outro estudo recente, de Oxford, defende que é um medicamento inútil para tratar a Covid-19. Os dados utilizados pela Surgisphere são simplesmente furados, como apontaram os pesquisadores e médicos que os denunciaram de imediato.

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“Se achávamos que o nível de confusão sobre a hidroxicloroquina havia atingido o ápice, estávamos errados”, comentou o jornal francês Le Figaro. A França é um dos países onde o assunto é mais controvertido por causa de um conhecido defensor do remédio para uso na Covid-19, Didier Raoult, um médico marselhês de cabelo comprido que já foi chamado de charlatão, entre outros xingamentos.

Entre as inconsistências: o estudo dizia ter analisado os dados de 600 pacientes e 73 mortos por Covid-19 na Austrália. Na data fornecida, havia 67 óbitos no país.

Um hospital australiano mencionado informou jamais ter tido contato com o banco de dados. O cardiologista Mandeep Mehra, o autor principal , pediu verificação dos dados em que tinha se baseado para assinar o estudo.

“Agora ficou claro para que, na minha esperança de contribuir para essas pesquisas num momento de grande necessidade, não tive o rigor necessário com a base de dados”, desculpou-se.

Além da politização a respeito de um medicamento – absurda, mas inteiramente de acordo com o atual espírito dos tempos –, existem interesses geopolíticos gigantescos em tudo o que se refere à pandemia

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A China tem um regime que certamente entende a extensão dos danos à imagem do país pela forma como manipulou as informações sobre o novo vírus. Para recuperá-la, entre outras manobras, está distribuindo ajuda em máscaras e outros equipamentos – com MADE IN CHINA escrito bem grande – até via terceirizados.

A Índia, com sua enorme capacidade de produção de remédios, a maior do mundo em genéricos, aposta na hidroxicloroquina e outros tratamentos sem patente.

Estudos científicos e seus autores não são absolutamente imunes a interesses políticos, geopolíticos e financeiros – inclusive no financiamento de publicações médicas. E de universidades também. Sem falar em seus alinhamentos políticos: a intenção de deixar Donald Trump (e seu correlato brasileiro) em maus lenções à época parece clara agora.

 

Quem não quer ser enganado tem que ficar esperto.

FONTE: MEGACURIOSO

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