Ex-presidente e 36 aliados enfrentam acusações graves; inelegibilidade e risco de processos se intensificam
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros 36 investigados, divulgado pela Polícia Federal (PF), marca um novo capítulo na apuração sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Os acusados podem responder por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Entre as consequências jurídicas, o caso avança para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre uma possível denúncia. Caso aceita, Bolsonaro e os demais se tornarão réus e enfrentarão julgamentos que podem levar à condenação. A depender das evidências, medidas cautelares como prisão preventiva ou uso de tornozeleira eletrônica também não estão descartadas, embora sejam consideradas improváveis neste momento.
No campo político, o indiciamento é mais um obstáculo para as aspirações de Bolsonaro. Inelegível até 2030 devido a ataques ao sistema eleitoral, o ex-presidente vinha buscando apoio para uma eventual anistia que restabelecesse seus direitos políticos. Contudo, o novo escândalo enfraquece sua base no Congresso e aumenta a resistência à aprovação do chamado “PL da Anistia”, especialmente após episódios como o atentado em frente ao STF e a recente Operação Contragolpe.
O desgaste também afeta sua imagem como líder da direita no Brasil, dificultando alianças e mobilizações para 2026. Embora Bolsonaro reafirme sua intenção de lutar pela reversão da inelegibilidade, o avanço das investigações e o clima de tensão política colocam em xeque seus planos de retorno ao Planalto.