Reforma fiscal: por uma política tributária verde e olhar no futuro

Uma nova política fiscal deve ser motivadora de mudanças de padrão de consumo. Deve apoiar uma agenda verde, focar as metas do Acordo de Paris, desonerar os ambientalmente corretos, e penalizar os demais. Deve respeitar a autonomia de Estados e Municípios, dar o espaço para políticas fiscais regionalizadas, identificada com as potencialidades e necessidades locais. A chamada unificação tributária só funciona em países não federativos, como França e Chile. Todas repúblicas federativas traduzem em suas políticas fiscais a autonomia de seus entes. Não respeitar isso é legislar contra o Pacto Federativo, previsto na Constituição de 88.

Por Chico Sant’Anna*

A reforma fiscal que vem por aí deveria focar o preparo do país face aos novos tempos. Mais do que a tão propalada simplificação dos tributos – como clamam os farialimers – ela deve priorizar temas como a preservação ambiental, o estímulo a novas fontes renováveis de combustível, mudanças de hábito dos consumidores, apoio à pesquisa e educação, dentre tantos temas que estão na ordem-do-dia, além, é claro, de preservar a integridade de nossa República Federativa. Nossos entes federativos perdendo paulatinamente suas prerrogativas. Mais e mais, governadores e prefeitos são tolhidos pela chamada prerrogativa federal.

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*Jornalista, Analista Legislativo do Senado Federal

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